O mês de março é um mês que marca e relembra a luta das mulheres pela igualdade de direitos. Avanços têm sido colhidos com o aumento da presença feminina em espaços onde não eram bem-vindas ou bem vistas. Ainda há muito que ser feito, especialmente quando se trata da presença da mulher ao volante.
Segundo dados do Detran de 2019, apenas 35% dos motoristas habilitados são mulheres. Os homens são a maioria em número de carteiras válidas no Brasil, e com eles, os abusos e infrações no trânsito. De acordo com registros da Polícia Rodoviária Federal, 6,4% dos acidentes são causados por mulheres, contra 93% por homens. Ainda é comum ouvir que mulher e direção não combinam, no entanto a tal frase “mulher no volante, perigo constante” não é o que as estatísticas apontam.
Para Jefferson Soares, fundador da GOOH, plataforma digital especializada em mídia OOH (Out Of Home), que transforma o tempo gasto no trânsito em renda extra para motoristas por meio de adesivos publicitários, analisa que “há muitos benefícios de se ter uma participação mais feminina no trânsito. Os números apontam que elas são mais cuidadosas ao volante e a violência no trânsito pode até diminuir com o aumento de novas habilitações para as mulheres”. Jefferson ainda acrescenta que “na GOOH, pouco menos de 10% dos motoristas cadastrados na plataforma para disponibilizar o seu carro como mídia são mulheres. Porém, até o momento, 100% dos cadastros realizados por mulheres foram aprovados, pois elas conseguem maiores pontuações em relação aos homens”.
Apesar de não haver barreiras legais para as mulheres ocuparem ainda mais espaços no trânsito, ainda assim o medo é o principal empecilho. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abra-met), dos dois milhões de brasileiros habilitados que possuem medo de dirigir, 80% são mulheres. O medo é um fator que desestimula o desejo de se ter uma habilitação por parte das mulheres, reduzindo assim a sua participação entre os motoristas habilitados. A necessidade de mais mulheres ao volante é saudável para a segurança no trânsito e favorável para a inserção da mulher em novas oportunidades de geração de renda. “O cuidado no trânsito faz toda a diferença para as marcas, pois elas não querem associar a sua imagem aos motoristas infratores”, conclui Jefferson.